Cidadãos
passam naquele vai e vem
De
lotação, busão, metrô ou de trem
De vários
lugares, várias quebradas
Vários
trampos, várias caminhadas
De olhos
sempre muito bem abertos
Não pode
vacilar nessa cidade de concreto
Espertos,
vida doce tão amarga
Aqui se
trabalha mais que burro de carga
Linha
vermelha é aquela correria
Suicidadãos
na batalha do dia a dia
Entupindo
platarformas, vãos, cuidado!
Indo, vindo
e sonhando acordados
Sonhe,
reze no lugar demarcado
Abra os
olhos, você está sendo fulminado!
Na ação e
baldeAção, sempre com fé,
Barra
funda, Santa Cecília, Republica, Anhangabaú, Sé
Nossa Senhora,
o povo está cansado
De viver
espremido, todo dia enlatado
Que nem gados,
desrespeitados o ano inteiro
Vivendo desiludidos
de janeiro a janeiro
Pedro II,
Brás, Mooca, Belém
O vagão vai ficando vago, amén!
Tatuapé,
carrão, Penha, Vila Matilde
E uma
Senhora ali, quase teve um “Tilt”
Mas
o nosso povo nunca desiste
Tá ruim, mas ainda a gente insiste
Pedra mole, É... um dia há de furar
Itaquera ou não queira nós não paramos de lutar
Enfim, Guilhermina-Esperança
De Barueri até ali, é chão, andança
Zona leste, oeste, sul e norte
Todos juntos, seguindo firmes e fortes
Poetas chegam com sorriso no rosto
Com alegria na alma que dá gosto
Metralhadora poética pronta pra disparar
Só esperando a hora do Slam começar
As Guilher minas chegam com esperança
Os Guilher manos com fé e confiança
Juntos, todos começam a brincadeira
Pipocar Poesia em plena sexta feira
Nessa terra também tem coisas boas
Estação da esperança na terra da garoa
Só abrir os olhos, assim vai enxergar
Do asfalto e do concreto a poesia vai brotar.
Poema em homenagem ao Slam da Guilhermina
Caranguejúnior