sexta-feira, 17 de setembro de 2021

ENGENHESIA

Para se perder um poeta para engenharia

É difícil

Pois todo poeta é engenheiro de nascença

Poeta mesmo faz projetos (pra vida inteira)

Projeta a palavra no espaço-tempo

Viaja no tempo, o tempo todo

Calculando cada métrica

No milimétrico papel

Vai à lua (e volta)

Vai à luta

A labuta é diária

Na metalúrgica da sua mente

O Poeta parafusa ideias e ideais

Soma, multiplica, divide

Usando a equação do coração

Que é exata

É humanamente de humanas

Em tempos de “cada um no seu quadrado”

Poeta mesmo monta engrenagens

De gente

Faz a roda rodar

Faz o círculo pegar fogo

(Nas escalas Celsius, Kelvin e Fahrenheit)

Poeta planeja, transforma, constrói

Faz a ponte e a eletricidade

Chegar a lugares distantes e escuros

É o túnel no começo da luz

Abre mentes sem precisar de máquinas

Sem oxicorte, sem serra circular

E a poesia é anestésica

Cinestésica

Seu plano é fazer as pessoas voarem

Tenta, tenta e tenta

É tentando que se atenta

E não pense que é fácil

Ser poeta

Não tem escola para ensinar

Não tem diploma e certificação

As provas são difíceis

E o professor é muito exigente

O chato do Sr. mundo