sábado, 13 de maio de 2023

SAMBINHA DO DESPACHO

Já pensei num desfecho

Eu vou fazer um despacho

Com o meu pobre coração

            (Sei não)

Naquela encruzilhada

No meio da calçada

Na alta madrugada

Na porta da casa dela

            (Da bela)

Acender uma vela

Numa tigela de barro

Uma carteira de cigarro

Uma garrafa de cana

            (Da boa, pernambucana)

Meu coração no centro

E meu nome lá dentro

Com o número do meu fone

        (Tomara que no zap me adicione)

E que ela tropece

E não se apresse

Em me adicionar, em ligar

        (Lá lá ia! Lá lá ia!)

Mas, se ela chutar o despacho

Não haverá nenhum desfecho

Vou pegar meu coração

            (Sei não)

No sujo chão da calçada

Daquela encruzilhada

Esquina da casa dela

            (Ex-bela)

Pegar aquela garrafa de cana

            (Da boa, pernambucana)

Acender aquele cigarro

Limpar os cacos da tigela de barro

Sentar num escuro canto

E cair em profundo pranto

            (Desta vez não vou jogar um gole pro santo)



Caranguejunior