Desejo que nesse ano novo
Você possa perceber
Que o ano novo está aí
O tempo todo, dentro de você.
Caranguejunior
Desejo que nesse ano novo
Você possa perceber
Que o ano novo está aí
O tempo todo, dentro de você.
Caranguejunior
Ela, ao descobrir meu câncer
Capricorneou-me com um dos Gêmeos da rua
Me chamou de corno e saiu pela porta...
Dizendo que queria respirar outros Áries
Me deixando sozinho
Como um Peixes fora da era de Aquário
Interesseira
Veio até mim como uma Virgem
E eu acreditei
Na verdade, era mesmo um Escorpião
Já minha fama de Leão, caiu por terra
Fiquei com cara de Sagi-otário
No bairro, o povo me chama de Touro
E o pior
Não há nada que me Libra dessa dor
Caranguejunior
Já pensei num desfecho
Eu vou fazer um despacho
Com o meu pobre coração
(Sei não)
Naquela encruzilhada
No meio da calçada
Na alta madrugada
Na porta da casa dela
(Da bela)
Acender uma vela
Numa tigela de barro
Uma carteira de cigarro
Uma garrafa de cana
(Da boa, pernambucana)
Meu coração no centro
E meu nome lá dentro
Com o número do meu fone
(Tomara que no zap me adicione)
E que ela tropece
E não se apresse
Em me adicionar, em ligar
(Lá lá ia! Lá lá ia!)
Mas, se ela chutar o despacho
Não haverá nenhum desfecho
Vou pegar meu coração
(Sei não)
No sujo chão da calçada
Daquela encruzilhada
Esquina da casa dela
(Ex-bela)
Pegar aquela garrafa de cana
(Da boa, pernambucana)
Acender aquele cigarro
Limpar os cacos da tigela de barro
Sentar num escuro canto
E cair em profundo pranto
(Desta vez não vou jogar um gole pro santo)
Caranguejunior