Olhou para mim
Como se olhasse as antigas pirâmides do Egito
Falou o meu nome
Tal qual recitasse um poema do Guimarães Rosa ou Gregório de Matos
Perguntou-me coisas com autoridade
Como uma deusa grega prestes a castigar um pobre mortal
Contou-me umas histórias
Tal qual um ser da Ordem dos Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão
Bebeu e riu
Como uma plebéia em dia de festa nos Reinos de contos de fadas
Dançou
Tal qual Nefertiti dançando para Amen-hotep
Fez-me rir
Como um comediante do top do Carlitos, Chaves ou Tiririca
E eu... olhava para seus olhos
Tal qual contemplasse a paisagem da cidade perdida de Eldorado
Olhava para seus lábios
Como se olhasse a erupção furiosa do Kilimanjaro
Tentei beijá-la
Tal qual um Falcão voando em busca da presa
Afastou-se de mim
Como se visse o Michael Jackson após nova cirurgia na face
Negou-me um beijo
Tal qual negasse ser cúmplice do Muammar Kadafi ou Antonio Palocci
Por fim, levantou-se da cadeira, pegou sua bolsa e partiu...
Como se fosse viajante prestes a perder a partida de alguma caravana no Saara
E velozmente sumiu
Tal qual ambulantes fugindo do “rapa” da 25 de março
Deixando-me ali, largado...
Como se eu estivesse no hospital público a ser atendido pelo SUS
Sentado no balcão com uma caneca de chopp claro, um cigarro aceso
Fiquei
Com o pensamento em cantar a próxima mulher na balada
Tal qual um canalha... Eu.
Caranguejúnior
3 comentários:
É isso aí! O negócio é partir pra outra, mas sem esquecer de transformar a anterior em poesia!
Abraço!
Boas explorações nas comparações. Excelente humor!
pues si,excelente humor
Postar um comentário