É
fogo!
Morar
nas favelas de São Paulo
É
fogo!
Tudo
queima
A angústia e o medo
São companheiros de sono
É fogo!
Fogo que arde e se vê...
Ferida que dói, que sente
Que machuca a alma
É
fogo!
Os
olhos lacrimejam
Com
a tristeza
E
com a fumaça que sobe alta
Alta e negra
fumaça negra
É fogo!
Os
guerreiros perdem as geladeiras
Os
fogões, as roupas, os documentos
As
lembranças, as forças...
É
fogo!
Tudo
se perde
Perde-se
tudo
Chega
a faltar o chão
A
coragem... Falta ar!
Quando
tudo começa a queimar
É
fogo!
Os
barracos desabam
E madeiras
queimam
Como
fogueira de São João
Mas nem as preces aos santos
Evitam o
choro sofrido de seu João
É fogo!
As
casinhas tão pequenas
Que
papai Noel nunca visitou
Agora
viram fumaça
Junto
com os sonhos
De
dias melhores
É fogo!
Famílias
desalojadas
Sem
roupas, comidas
Sem
moradas
Sem
auxílio, recursos
Sem
nada...
É fogo!
Da zona sul, à zona norte
Da zona leste à oeste
É combustão
Imobiliária especulação
É fogo!
É fogo!
E
tal qual Roma
As
favelas queimam
Virando
cinzas
Na
cidade cinza
E o povo só o pó
Pois Existe um Nero em SP.
“Outra
versão famosa, porém desmentida pelos historiadores, é de que o imperador Nero teria
ordenado o incêndio com o propósito de reconstruir a cidade de acordo com um projeto
arquitetônico que a tornaria ainda mais majestosa.” fonte Wikipedia
Caranguejúnior
Um comentário:
É foda!
Muito bom, Junião!
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