Na Cracolândia
As “pedras” do caminho
São mais duras
São quentes, deslizam, cortam e machucam
Homens mortos vivos homens
Mulheres zumbis zombadas pela vida
Crianças famintas não ganham presentes
Tão pouco... futuro? É tão pouco
Pessoas Para-lamas? Um trago...
“O governo apresenta suas armas”
Pessoas transparentes
Indigentes, impotentes
E um governo inconsequente
Que não está pra ajudar
A estação da Luz
É uma escuridão só
A Julio Prestes
Não presta
Aos olhos do bom homem
Que Governa a dor
Aos olhos do bom homem
Pré feito pré pago
Bombas de efeito (i)moral
Para os homos injustiçadiens
Balas de borracha para as crianças
Que vendem balas no sinal fechado do mundo
Cacetetes para as negras mulheres brancas amareladas
De sol, chuva e desumanidade
E mais uma vez
“A polícia apresenta suas armas”
Humanos esquecidos pelas leis
Dos humanos
Esquecidos pelos humanos sem leis
E pela desumana humanidade
Nem craques, nem deputados
É o povo deportado, degredado...
Num País que se perdeu
Em meio a tantas “pedras” no caminho.
Lá, o lugar que é o antônimo das maravilhas do País
Chamado Cracolândia.
Caranguejúnior