Para se perder um poeta para engenharia
É difícil
Pois todo
poeta é engenheiro de nascença
Poeta
mesmo faz projetos (pra vida inteira)
Projeta a
palavra no espaço-tempo
Viaja no
tempo, o tempo todo
Calculando
cada métrica
No
milimétrico papel
Vai à lua
(e volta)
Vai à
luta
A labuta
é diária
Na
metalúrgica da sua mente
O Poeta
parafusa ideias e ideais
Soma,
multiplica, divide
Usando a
equação do coração
Que é
exata
É
humanamente de humanas
Em tempos
de “cada um no seu quadrado”
Poeta
mesmo monta engrenagens
De gente
Faz a
roda rodar
Faz o
círculo pegar fogo
(Nas
escalas Celsius, Kelvin e Fahrenheit)
Poeta
planeja, transforma, constrói
Faz a
ponte e a eletricidade
Chegar a
lugares distantes e escuros
É o túnel
no começo da luz
Abre
mentes sem precisar de máquinas
Sem
oxicorte, sem serra circular
E a
poesia é anestésica
Cinestésica
Seu plano
é fazer as pessoas voarem
Tenta,
tenta e tenta
É
tentando que se atenta
E não
pense que é fácil
Ser poeta
Não tem
escola para ensinar
Não tem
diploma e certificação
As provas
são difíceis
E o
professor é muito exigente
O chato
do Sr. mundo