terça-feira, 20 de setembro de 2011

POEMA SOUZA CRUZ


Sonhei que era o cigarro de Clarice 
Toda vez que ela tragava Minh’alma
Via as palavras brincando em sua boca
Formando versos de fumaça
Seus pulmões eram o Playcenter
Hopi Hari, Happy Air!!
Toda vez que ela soltava-me
Meu espírito voava como poesia ao ar 

Sonhei que era o Cigarro da Lispector (a Clarice)

Ela estava sentada
Em sua poltrona na sala
Pensamentos longínquos
Fumaças ao ar

Não havia nenhum passivo fumante
Que pudesse me inalar e estragar
Aquele instante vicioso. Ela e eu, só. 

Sonhei que era o cigarro da Lispector
Eu, entre seus dedos
Morria devagar

Manchado de batom
Definhando aos poucos

E ela nicotinamente relaxando

Sua brilhante mente
Brilhantemente

Sonhei que era o cigarro de Clarice

Aquela flor de Liz(pector)
Observei-a escrevendo um poema
Um poema sonhador, um poema Souza Cruz
E meus olhos em brasa de mero cigarro aceso. 

Sonhei que era o cigarro de Clarice Lispector
Foram três minutos de ápice
De repente, Morri

Deixei restos de mim em seu ser
Enfisemas poemas taquicardias poesias

Acordei suado e amando
Pois naquele cinzeiro
Que ela me apagou
Existiam vários “eus” depositados
Que foram extintos em seus lábios




"Escrevo como se estivesse dormindo e sonhando: as frases desconexas como no sonho. É difícil, estando acordado, sonhar livremente nos meus remotos mistérios."


Clarice Lispector




Caranguejúnior








segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A CAIXA DE CADA UM (PAPOETARIA DO TIETÊ)

Na minha caixa
Cabe nada e tudo
Cabe o branco e o escuro
Cabe o mar
Iemanjá

Na minha caixa
Cabe tudo e nada
Cabe o beijo da namorada
Cabe as Pirâmides do Egito
Cabe o grito

Na minha caixa
Nada e tudo cabe
Rosas Guimarâneas
Pra Lê Minsk
E o olhar de Clarice

Na minha caixa
Tudo e nada cabe
Paráforas e metábolas
Engenhocas e repimbocas
Einsteins e Franksteins

Te digo amigo
Que na minha caixa
Cabe a noite e o dia
Cabe um tantinho assim
De poesia
 
Poema arquitetado e encaixotado na Oficina Papoetaria do Tietê realizada no Tendal da Lapa aos sábados. 

Conheça os Poetas do Tietê
 
 
 
Caranguejúnior

sábado, 3 de setembro de 2011

CONTO ANÃO DE JARDIM (FURACÃO IRENE)




- Ô Irene! tu és o furacão que faltava passar no meu Estado de espírito


- E você não é a brisa que eu quero no meu rosto! Me esquece!!




Caranguejúnior






sexta-feira, 2 de setembro de 2011