quarta-feira, 17 de novembro de 2010

RAP-OEMA

Eu só preciso de uma caneta
E vários sonhos com asas
Habito o olho mágico das casas

Não quero ser comido
Pelas moscas varejeiras
Que entram nas cabeças
E fazem a festa
Como entram nas lixeiras
Cheias de bactérias

Que sugam a inteligência
A decência
Derramando decadência
Sobre os pensamentos
Desligados

Quero viajar pelos telhados
Acumular palavras destiladas
Por todos os lados
Que cheiram a etanol
Gasolina aditivada
Ideias em ponto de fulgor

- Desce mais uma garrafa de amor, por favor...

Quero poesias pixadas
Nas fachadas
Nas sacadas
Nas calçadas

Poesia erradas
Certas
Poesia em linhas retas
Que me façam esquecer
E fugir para algum lugar
Que não seja aqui
Nem lá
Poesia na faixa
Que até Gaza iria gostar

Olhar da janela
E ver um mundo melhor
Dos arranha céus às vielas
Do bairro nobre à favela
Todos juntos unidos em um só
País

É o que a gente sempre almeja
O que a gente sempre quis
Trabalho, dignidade
Comida na mesa e um trocado pra cerveja
Gente sorrindo e feliz

Amor, paz, união e confiança
Ainda tenho esperança
Que esse mundão vai mudar

A terra gira
As flores nascem
E tem gente que só tá nesse mundo de passagem
Parados, aguardando o urubu vir beliscar
Eu quero é me movimentar
Pois, até o sabiá sabe assobiar...

A humanidade precisa um pouco mais
De dois “P”
Paz e Poesia!
Paz para sobreviver
E Poesia pra ajudar a
Viver !...





Caranguejúnior

Um comentário:

André Diaz disse...

Caralho! Muito bom, hein? Esse merecia entrar na lista do teu livro, falar nisso, não esqueci não, vou te mandar meus preferidos logo, logo. Correria. Mas como já disse o Paulão: "Coloca tudo, rapaz!" E aí, e no Rio? Espero que tenha curtido só os fios dentais, e não, os arrastões, hein? Ah! Mudei meu blog de novo, sim! Sabe como é, poeta é meio louco, como na foto, tem um pé que vai prum lado e tem outro que vai pro outro!

Abraço!