segunda-feira, 14 de maio de 2012

FINDO ÍNDIO (TRIBO TAKUKUNAMÃO)



Peri está por aí...
Nas ruas do centro
Cabisbaixo, sem sorrir
Vagando, perdido
Dizem que enlouqueceu
Quase virou bandido
Vive de esmolas, no breu
Sem rumo, sem itinerário
Pois foi expulso de suas terras
Pelos latifundiários 

Enquanto Ubirajara dá um trampo
De engraxate na Sé
Pra ganhar um troco, no tranco
Do almoço ou do café
É ignorado como brasileiro
Toma todas, cheira um branco...
E perde seu pouco dinheiro
No jogo de baralho
Pois foi expulso de suas terras
Pelos latifundiários 

Já Iracema mora no Jaraguá
Com seus seis Curumins
Em uma tribo de lá
Passa perrengues, tempos ruins
Recebe o “bolsa família”
Que mal dá pra se virar
Vivem de migalhas, vazias vasilhas
Chora, por nada ter no velho armário
Pois foi expulsa de suas terras
Pelos latifundiários

Macunaíma o “Herói”
Anda mais sumido
Do que a FUNAI
Pelo céu cinza, foi vencido
A poluição do ar
O mantém escondido
Lá no vasto firmamento
Faça chuva ou luar,
Passa despercebido
Em nossos pensamentos

E nos olhos de Raoni, o cacique
Rolam lágrimas de tristeza
Ata, protesto, motim, chilique
E nada foi o suficiente
Para proteger a natureza
Da ambição do homem, Infelizmente
A dor maior de sua vida
É ver um “Belo monte” de árvores caídas
“Belo monte” de terras invadidas
E ver a guerra perdida

E o povo Guarani sofre
Nas terras Brasileiras, massacre
Sem terra, sem sul, sem norte
No Amazonas, Mato Grosso, Acre...
Sem demarcação, paz e sorte
Humilhação em toda parte
Massacrados em vários cantos
Pela polícia e legislação federal
No futebol, "O Guarani" perde pro Santos
Na final da decisão estadual

Os Índios são sempre passado
Nunca presente
Vivem isolados, abandonados
Sem futuro, sempre ausentes
O homem branco mata
Maltrata e tortura
E os índios seguem em busca da cura
De serem respeitados, como PESSOA
Sonhando em ter de volta
Suas vidas boas, Villas Boas.





Caranguejúnior

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