Peri
está por aí...
Nas ruas
do centro
Cabisbaixo,
sem sorrir
Vagando,
perdido
Dizem
que enlouqueceu
Quase
virou bandido
Vive de
esmolas, no breu
Sem
rumo, sem itinerário
Pois foi
expulso de suas terras
Pelos
latifundiários
Enquanto Ubirajara dá um trampo
De engraxate
na Sé
Pra
ganhar um troco, no tranco
Do
almoço ou do café
É ignorado
como brasileiro
Toma todas, cheira um branco...
E perde seu
pouco dinheiro
No jogo de
baralho
Pois foi
expulso de suas terras
Pelos
latifundiários
Já Iracema
mora no Jaraguá
Com seus
seis Curumins
Em uma
tribo de lá
Passa perrengues,
tempos ruins
Recebe o
“bolsa família”
Que mal dá
pra se virar
Vivem de
migalhas, vazias vasilhas
Chora,
por nada ter no velho armário
Pois foi
expulsa de suas terras
Pelos
latifundiários
Macunaíma
o “Herói”
Anda
mais sumido
Do que a
FUNAI
Pelo céu
cinza, foi vencido
A poluição do ar
O mantém escondido
Lá no vasto
firmamento
Faça
chuva ou luar,
Passa
despercebido
Em nossos
pensamentos
E nos
olhos de Raoni, o cacique
Rolam
lágrimas de tristeza
Ata,
protesto, motim, chilique
E nada foi
o suficiente
Para
proteger a natureza
Da
ambição do homem, Infelizmente
A dor
maior de sua vida
É ver um
“Belo monte” de árvores caídas
“Belo
monte” de terras invadidas
E ver a
guerra perdida
E o povo
Guarani sofre
Nas
terras Brasileiras, massacre
Sem
terra, sem sul, sem norte
No Amazonas,
Mato Grosso, Acre...
Sem
demarcação, paz e sorte
Humilhação
em toda parte
Massacrados em vários cantos
Pela
polícia e legislação federal
No
futebol, "O Guarani" perde pro Santos
Na final
da decisão estadual
Os Índios são sempre passado
Nunca
presente
Vivem
isolados, abandonados
Sem
futuro, sempre ausentes
O homem
branco mata
Maltrata
e tortura
E os
índios seguem em busca da cura
De serem
respeitados, como PESSOA
Sonhando
em ter de volta
Suas vidas
boas, Villas Boas.
Caranguejúnior
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