sexta-feira, 29 de abril de 2011

TORTUOSO CASO RETO

Seu cafajeste! Como podes colocar um ponto final no nosso pretérito mais que perfeito?

O que? não me venha com interrogações, perguntas sem nexo, quero saber... o nosso sexo não foi bom?

(Comparações não são necessárias, nesse momento)

Deixe de ironia e me fale ao menos a verdade, não te causei sinestesia?

Apareceu alguém na sua vida... eu sei, já desconfiava desses seus encontros consonantais durante a noite e seus (tele)fonemas durante o dia, na sua agenda, tantos pronomes de mulheres... pensei que fossem coisas das minhas funções sintáticas, mas eu estava certa.

Você é um cachorro! Isso para que eu não fale uma antonomásia cabeluda a seu respeito, seu cretino! Você fingindo ser um ser possessivo e eu acreditei, na realidade você é indefinido, um sujeito oculto.

Eu mereço respeito, você desvirginou o meu acento agudo, me iludiu com seus gêneros e seus adjetivos maliciosos, agora vêm me falar que tudo não passou de locuções prepositivas.

Nossas fotos, nossos livros, nossos discos e dígrafos serão todos queimados, não quero lembranças suas, vou querer a divisão silábica dos nossos bens.

Chega de mentiras, esses seus substantivos compostos de demagogias não mas me enganam!

Eu deveria atirar um objeto direto na sua cabeça! seu salafrário!
Eu sou uma mulher de respeito, não deveria gastar seus verbos defectivos comigo, eu quero que você vá tomar no anacoluto! Seu filho da pauta! Não me procure mais, me esqueça!!




(Saiu pela porta gritando onomatopéias).





Fim.




Caranguejúnior

Um comentário:

André Diaz disse...

Caramba! Um final dramático para um épico 'gramático!' Já falei que vc é um puta artista talentoso?? Pois falo de novo!!