quinta-feira, 30 de junho de 2011

SWEET CÚ

Olhou para mim
Como se olhasse as antigas pirâmides do Egito

Falou o meu nome
Tal qual recitasse um poema do Guimarães Rosa ou Gregório de Matos

Perguntou-me coisas com autoridade
Como uma deusa grega prestes a castigar um pobre mortal

Contou-me umas histórias
Tal qual um ser da Ordem dos Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão

Bebeu e riu
Como uma plebéia em dia de festa nos Reinos de contos de fadas

Dançou
Tal qual Nefertiti dançando para Amen-hotep

Fez-me rir
Como um comediante do top do Carlitos, Chaves ou Tiririca

E eu... olhava para seus olhos
Tal qual contemplasse a paisagem da cidade perdida de Eldorado

Olhava para seus lábios
Como se olhasse a erupção furiosa do Kilimanjaro

Tentei beijá-la
Tal qual um Falcão voando em busca da presa

Afastou-se de mim
Como se visse o Michael Jackson após nova cirurgia na face

Negou-me um beijo
Tal qual negasse ser cúmplice do Muammar Kadafi ou Antonio Palocci

Por fim, levantou-se da cadeira, pegou sua bolsa e partiu...
Como se fosse viajante prestes a perder a partida de alguma caravana no Saara

E velozmente sumiu
Tal qual ambulantes fugindo do “rapa” da 25 de março

Deixando-me ali, largado...
Como se eu estivesse no hospital público a ser atendido pelo SUS

Sentado no balcão com uma caneca de chopp claro, um cigarro aceso
Fiquei

Com o pensamento em cantar a próxima mulher na balada
Tal qual um canalha... Eu.





Caranguejúnior

3 comentários:

André Diaz disse...

É isso aí! O negócio é partir pra outra, mas sem esquecer de transformar a anterior em poesia!

Abraço!

Fred Caju disse...

Boas explorações nas comparações. Excelente humor!

taio disse...

pues si,excelente humor