sexta-feira, 18 de maio de 2012

CRÔNICA UM TANTO CRÔNICA DE DESANIVERSÁRIO


No dia 16 de maio de 2007, criei este blog, cinco anos se passaram e eu ainda continuo a postar coisas aqui neste local de escape.

   Comecei este blog meio que sem querer, em 2007 já morava em SP. Naquele ano ainda não escrevia muito, as poucas coisas que me arriscava a escrever, deixava guardado em um caderninho que tenho até hoje. Não tinha internet em casa, nem computador, então o que me restava eram as Lan Houses, onde podia entrar nas redes sociais e manter contato com os meus amigos e familiares de PE. Gostava muito de ler os poetas de Recife, como Miró, França, Valmir Jordão, Ericsson Luna, e outros que tive o prazer de conhecer a arte, lá em Recife. No caso de Miró, morávamos no mesmo bairro e sempre o via vendendo seus livretos pelas ruas de Muribeca e sempre pegava uns para ler. Ficava muito feliz quando lia aquelas poesias cotidianas lá em Muribeca, na época já gostava de Leminsk, pelas ideias rápidas e sacadas poéticas. Ler poemas como os dos poetas de Recife, foi motivador e inspirador para meu aprendizado.
    Mas... voltando ao blog, comecei este por conta de uma menina mulher que conheci no Café Aurora, no Bixiga. Estava lá com meu amigo Fabão, bêbados, pois era noite de open Bar e muito rock, comecei a conversar com esta mulher, nem lembro o nome dela, mas a dita cuja também escrevia poemas, então entramos nesta conversa poético-etílica até quase o amanhecer, e ela me falou que gostaria de ler os meus escritos, explicou que existiam blogs para isso. Na verdade, eu já tinha ouvido falar de blog, mas nem sabia do que se tratava. Pois bem, na semana seguinte fui até uma Lan House em Osasco e decidi criar o danado deste blog e passei o endereço para a garota via Orkut. Nem sei se ela entrou para ver o blog.
   Neste meio tempo, conheci outros doidos varridos, irmãos, amigos, que convivo poética mente, como os Poetas do Tietê. Muito aprendi com esses cabras, aprendi a ver beleza e a perdição nas paredes e asfaltos de SP, e o mais importante, aprendi o que é poesia. Aprendi que poesia é você sair num sabadão de casa, fazendo calor ou frio, pra ir gravar um vídeo, ou se encontrar em algum lugar da cidade, com um microfone e uma caixa amplificadora e soltar o verbo, mesmo com poucos prestando a atenção. Poesia é você sair com a cara pintada, um megafone debaixo do braço e parar numa esquina de São Paulo, gritando poesia. Poesia é você sair de casa, sem vontade de fazer porra nenhuma, pois sua semana foi daquelas, o chefe no trabalho botando pra F...  E mesmo assim, você ir se encontrar com uns poetas doidos, só para tomar umas cervejas no bar, conversando sobre qualquer coisa. Pessoas são poesias, cidades são poesias, trabalho é poesia... E poesia é só pretexto para ver os amigos. Isso é poesia.
   Cinco anos passaram-se e aqui ainda estou postando abobrinhas e jerimuns. Nestes cinco anos muita coisa mudou, inclusive meu jeito de ver a vida. Gosto de tocar o foda-se, misturar as linguagens, as ideias e jogar no ventilador, sem receio de saber se é poesia ou não, sem medo. Não sou nenhum escritor consagrado, sou apenas um doido com ideias doidas, pensamentos doidos, que posta esta doideira toda num espaço de bits e bytes pra ver se alguém se identifica ou não. 
   Meu desejo é que eu não fique preguiçoso e rabugento e que pare de postar, criar e ter ideias. Vamos ver se consigo manter este hospício funcionando mais cinco anos.

Vamo que vamo!

Caranguejúnior

Um comentário:

Gabriel Arcanjo disse...

Poeta amador

Não é aluno

Nem professor

É ser humano

Não é robô

Hoje ele escreve no com-puta-dor

Mas ainda não usa despertador!

Não é profeta

Nem é filósofo,

Só esquenta a cabeça

Palito de fósforo!

Passa o dia a toa, a toa...

Que a vida é boa!

É boa!

No meio da noite desperta,

Aperta a caneta na caderneta,

Desenha nas pautas a sua letra...

Escreve

Poemas a toda hora,

Que não tem hora para escrever...

Que ser poeta não tem escolha,

Fazer poesia não tem querer...